AS PARTES DA MISSA



Em geral a Santa Missa é a maior celebração da Igreja Católica, ainda sem entrar em Teologia Sacramental, que será tema da formação sacerdotal, queremos dar uma pincelada em suas principais partes e quais requerem mais atenção e suas subpartes. Destacaremos as partes principais e gerais em azul e as subpartes em rosa.

A Santa Missa é dividida em quatro partes: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais.

Todo o rito da Santa Missa está disponível na Liturgia Diária da Paulus e também no Missal Romano. O formando deverá investigar ambos os sites e aprender a usá-los para melhor entender o rito completo.


1.1) OS RITOS INICIAIS

Os Ritos Iniciais são constituídos de: Procissão de EntradaÓsculo do AltarIncensação do Altar (em solenidades), Sinal da CruzSaudação InicialAto PenitencialHino de Louvor (aos domingos e em solenidades) e Oração da Coleta.

Procissão de Entrada tem início na porta da Igreja em direção ao altar pela nave central, deve ser feita com decoro, pode ser acompanhada de música e badaladas de sinos. Todos a assembleia deverá se posicionar de pé para assistir a procissão. Todos os ministros que irão servir na liturgia devem estar em suas devidas posições nesta ordem: À frente o acólito que porta o Turíbulo, seguido dos Leitores, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Diáconos, Padres, Bispos e o Presidente da Celebração logo atrás. Em missas solenes, um diácono entrará portando o Evangeliário e o depositará no altar. Termina com a Subida ao Presbitério.

Ósculo do Altar é um beijo que todos os concelebrantes proferem ao altar logo após a Subida ao Presbitério, simbolizando admiração, respeito e comunhão com Cristo presente nele. Beijam o altar somente os ministros ordenados, Diáconos, Padres e Bispos, nesta ordem. Caso a missa seja solene e tenha dois diáconos principais que servirão na celebração, estes acompanham o celebrante e beijam o altar ao mesmo tempo que ele (após depositar o Evangeliário no altar).

Incensação do Altar ocorre somente em missas solenes, o presbitério e a assembleia permanecerão em pé em seus lugares enquanto o rito é realizado. O acólito turiferário entregará o Turíbulo ao celebrante e este circundará o altar incensando-o e durante o trajeto também fará a Incensação da Cruz, parando de frente para ela e incensando-a 3 vezes de 2 quantias. Ele terminará de incensar o altar, devolverá o Turíbulo ao acólito e se posicionará de frente para a cátedra e prosseguirá com a celebração normalmente.

O celebrante então fará com as mãos o Sinal da Cruz enquanto profere as palavras, que o povo responderá somente com Amém enquanto fazem o sinal em si mesmos. O celebrante então fará a Saudação Inicial com a fórmula "A graça e a paz..." ou outra fórmula contida no Missal Romano, no qual o povo sempre responderá "Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo".

O celebrante então convocará o povo ao Ato Penitencial, convidando-os a um exame de consciência. Após um breve instante de silêncio o celebrante ou o coral recitará o Kyrie Eleison e encerrará com a Absolvição "Deus todo poderoso tende compaixão...", na qual o povo responderá "Amém".

Aos domingos e solenidades o celebrante então convidará o povo a recitar ou cantar o Hino de Louvor, também conhecido como Glória. Ao término do hino ou quando este é omitido, imediatamente recitará a Oração da Coleta, depois disso todo o presbitério e a assembleia poderão se sentar. Têm-se aí o início da Liturgia da Palavra.


1.2) A LITURGIA DA PALAVRA

A Liturgia da Palavra é a comunhão com Jesus, o Verbo Divino. Consiste em: Primeira LeituraSalmo ResponsorialSegunda Leitura (aos domingos e solenidades), Aclamação ao EvangelhoEvangelhoHomiliaCredo (aos domingos e solenidades) e Oração dos Fiéis (opcional).

Primeira Leitura, assim como as demais é feita do ambão por um leitor previamente formado, é geralmente retirada do Antigo Testamento mas pode ser também uma leitura do Novo Testamento. Em seguida, também do ambão é proferido o Salmo Responsorial, um Salmo que funciona como resposta à Primeira Leitura, constituído de estrofes e um refrão. Se a missa for solene ou for dominical, logo em seguida é proclamada a Segunda Leitura, sempre do Novo Testamento. Cada uma das leituras pode ser feita por um leitor diferente ou todas podem ser feitas por um só leitor.

Em seguida terá início a Aclamação ao Evangelho, que pode ser feita por um leitor ou cantada pelo coral da igreja. Durante a aclamação o diácono solicitará a bênção ao celebrante. Caso não tenha diácono na celebração, um padre ou o próprio celebrante recitará o Evangelho. Caso a Missa seja solene, o turiferário levará o turíbulo ao celebrante para Abençoar o Incenso antes que o diácono vá; logo em seguida se posicionará próximo ao ambão enquanto aguarda o que proclamará a Palavra.

Logo após a Aclamação ao Evangelho, e de ter solicitado a bênção, o diácono (se for uma missa solene) pegará o Evangeliário do altar e o conduzirá ao ambão, recitará a introdução com uma breve fórmula: "O Senhor esteja convosco" pela qual o povo responderá "Ele está no meio de nós". Em seguida anunciará à assembleia a Proclamação do Evangelho. Depois disso Incensará o Evangelho e devolverá ao acólito responsável. Então prosseguirá com a recitação do Evangelho.

Após o Evangelho, o diácono pegará o Evangeliário e o levará para o celebrante para que ele Oscule o Evangeliário; o celebrante então dá a Bênção com o Evangeliário e devolve-o para o diácono que o guardará na credência ou na sacristia. Se a missa for simples, o diácono mesmo Osculará o Lecionário. A missa prossegue com a Homilia, um sermão que atua como uma conversa de mãe (EG 139), devendo ser breve, sintética e calorosa. Ela pode ser feita pelo celebrante, por um concelebrante ou até mesmo por um diácono, quando necessário.

Após a Homilia, o celebrante convidará a assembleia à oração do Credo (se a missa for dominical ou solene) e logo após introduzirá a Oração dos Fieis, feita por um leitor a partir do ambão ou de uma estante preparada, constituída de preces e uma resposta. Terminando, a missa prosseguirá com a Liturgia Eucarística.


1.3) LITURGIA EUCARÍSTICA

A Liturgia Eucarística é a preparação e adoração ao Santíssimo Sacramento, o cume da graça apresentado na Santa Missa. Ela tem início com o Ofertório, seguido da Oração sobre as OferendasPrefácio e Oração Eucarística.

Ofertório é o momento em que as oferendas que serão consagradas, o pão e o vinho, são apresentados e preparados no altar para o santo sacrifício. No início deste, pode-se ter a Procissão das Oferendas, em que o povo apresentará, em procissão, o pão, o vinho e a água, que serão usados na celebração. Durante esta, ou não a havendo, um diácono, padre ou um acólito designado começa a Preparar o Altar, abrindo o corporal sobre ele, depois colocando o cálice, sanguíneo, patena com hóstia magna, âmbulas e pala, tudo sobre o corporal. Alguns acólitos podem ajudar o diácono, levando-lhe os objetos litúrgicos da credência até ele, na ausência de acólitos o diácono pode buscar ele mesmo os objetos na credência (ou no mais ludibriante dos casos, os objetos podem surgir do nada apenas com a fala).

Com o altar preparado, o celebrante Apresentará as Ofertas para consagração, elevando-as e recitando a fórmula. Em seguida, caso seja uma missa solene, o turiferário apresentará o turíbulo para a Bênção do Incenso, depois o padre tomará o turíbulo e fará a Incensação do Altar, então entregará o turíbulo ao diácono que deve fazer a Incensação do Celebrante e a Incensação da Assembleia, devolvendo então o turíbulo ao turiferário. Um acólito Lavará as Mãos do celebrante com o lavabo enquanto o diácono incensa a assembleia.

O sacerdote encerra o Ofertório com a Entrega das Oferendas e logo em seguida recita a Oração sobre as Oferendas, tomada da Liturgia Diária da Paulus (Dom Total). Inicia-se imediatamente o Prefácio, uma oração tomada do Missal Romano de acordo com a liturgia do dia e/ou do tempo litúrgico, que introduz o mistério da Eucaristia na liturgia do dia, antes da Oração Eucarística. Ao término do Prefácio, os fieis aclamam com o Santo.

Após o Santo inicia-se a Oração Eucarística, composta da Consagração e das Preces Eucarísticas. As Preces Eucarísticas são compostas de duas invocações maiores feitas pelo celebrante principal e outras três invocações menores (variando de oração eucarística para oração eucarística) que podem ser feitas tanto pelo celebrante principal quanto por concelebrantes. Durante a Consagração, o acólito responsável pelo turíbulo deverá Incensar a Eucaristia com três ductos e três ictos, tanto na consagração do Corpo como na do Sangue.

Na Doxologia final da Oração Eucarística, o celebrante entregará o cálice ao diácono concelebrante, que o erguerá até o grande amém. Segue-se em diante o Rito da Comunhão.


1.4) RITO DA COMUNHÃO E RITOS FINAIS

Após a Doxologia, o celebrante convocará a assembleia para a oração do Pai Nosso, continuada imediatamente, após o término sem o amém, com a Súplica da Paz, pelo qual o povo responderá sempre: "Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre". Segue-se a Oração pela Paz, que o sacerdote proferirá sozinho e pode ser sucedida do Abraço da Paz, quando for oportuno. A assembleia canta, em seguida, o Cordeiro de Deus, enquanto o sacerdote Parte o Pão e faz as Orações Pré-Comunhão em silêncio, seguido de seu breve genuflecto. O sacerdote profere a Apresentação do Cordeiro, pela qual o povo responderá sempre: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". Após isso ele toma a Comunhão, e todo o presbitério faz o mesmo. Um ministro extraordinário ou um clérigo ordenado tomará uma âmbula e distribuirá a comunhão para a assembleia.

Após voltar com a âmbula, o ministro a fechará a guardará no sacrário. Um acólito instituído ou um ministro ordenado se dirigirá ao altar e fará a Purificação, desta forma: purificando a patena, depois entregando o cálice para o celebrante comungar das sobras, levará-o de volta ao corporal, preencherá o cálice com água, tomará da água, purificará o cálice e, por fim, montará o conjunto do cálice nesta ordem: cálice, sanguíneo, patena, pala e corporal dobrado.

Terminada a Purificação, o celebrante dará continuidade com os ritos finais, proferindo a Oração Pós-Comunhão. Abrir-se-á um momento breve para os Avisos e, em seguida, prosseguirá-se a Bênção Final e a Procissão de Saída, na qual os concelebrantes Osculam o Altar e seguem para a sacristia. Por fim, na sacristia, a missa encerra-se definitivamente com a Bendição de Deus, pelo qual a equipe de celebração responderá: "Graças a Deus".


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